"He was the boy I had given birth to and he was more defenceless now than he had been then. And in those days after he was born, when I held him and watched him, my thoughts included the thought that I would have someone now to watch over me when I was dying, to look after my body when I had died. In those days if I had even dreamed that I would see him bloody, and the crowd around filled with zeal that he should be bloodied more, I would have cried out as I cried out that day and the cry would have come from a part of me that is the core of me. The rest of me is merely flesh and blood and bone." [pág. 74]
Entre os finalistas do Booker Prize 2013, O Testamento de Maria (The Testament of Mary, Penguin 2013), do escritor irlandês Colm Tóibín, conta uma história de luto e perda, um tema recorrente na obra de Tóibín. O Testamento de Maria é uma novela melancólica sobre o sofrimento de uma mãe que perdeu um filho. É assim que podemos resumir esse livro e foi assim que tentei ler essa história, fugindo dos enlaces teológicos que certamente devem ter causado alguma polêmica em torno do livro. Mas o que Tóibín tentou fazer, acredito que ele conseguiu: humanizar uma "personagem" que é um mito, torná-la antes de mais nada uma mulher, uma mãe. E são esses sentimentos humanos e maternais que nos aproximam de Maria, uma mulher que perdeu seu filho para o mundo, que não aceita tê-lo perdido, que não acredita no que os outros dizem: que ele é o filho de Deus. Sem entrar em nenhum mérito religioso (lembremos que é ficção), vamos reviver eventos já bastante conhecidos, mas eles não são o foco aqui. A história toda é contada através dos olhos de Maria, do seu luto, seu sofrimento, sua perda. Raiva e um sentimento de culpa por não ter conseguido salvar seu filho se misturam na narrativa de Maria, que é bastante lírica ao relembrar os últimos dias do seu filho antes da crucificação e o que aconteceu depois disso.
Uma perspectiva muito interessante e que me emocionou bastante.
Colm Tóibín. The Testament of Mary. UK: Penguin Books, 2013. 104 págs.
Edição brasileira:
Colm Tóibín. O Testamento de Maria. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 88 páginas. Tradução: Jorio Dauster. (29 reais)
Edição brasileira:
Colm Tóibín. O Testamento de Maria. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. 88 páginas. Tradução: Jorio Dauster. (29 reais)
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