sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Extremamente alto e incrivelmente perto


Histórias podem ser contadas e recontadas de várias maneiras, cada uma a partir de uma perspectiva diferente. Quando achei que nada mais podia ser contado sobre a tragédia de 11 de setembro que abalou os Estados Unidos, eis que surge Jonathan Safran Foer, uma das grandes promessas da literatura contemporânea, e nos emociona com a sua versão da história, que mistura humor e melancolia.

Uma história de sobreviventes, é assim que podemos resumir "Extremamente alto e incrivelmente perto" (Extremely loud & incredibly close, EUA, 2005), publicado no Brasil pela Editora Rocco, com ótima tradução do escritor Daniel Galera. O livro conta a história do pequeno Oskar Schell, um menino de 9 anos que perdeu o pai na queda das torres gêmeas e sofre com essa perda. Quando encontra a chave de uma porta e um nome anotado em um papel entre as coisas do pai, o menino, que nos encanta por sua inteligência, decide sair em busca da porta que será aberta pela chave, na esperança de encontrar um pouco mais do pai, sem se dar conta de que, na verdade, está apenas buscando uma forma de exorcizar a tragédia que abalou sua família. Durante essa jornada pelas ruas de Nova York, Oskar fará novos amigos, todos eles sobreviventes de alguma tragédia, seja ela física ou não, e aos poucos redescobrirá o amor de sua mãe, a quem estava culpando por tentar seguir uma vida normal sem o pai.

É uma história que nos faz pensar sobre as nossas próprias relações familiares e nos leva do riso (diante da inocência de Oskar ao ver o mundo) às lágrimas, quando compreendemos um pouco mais do seu sofrimento e sentimos vontade de consolá-lo. Depois de ler "Extremamente alto e incrivelmente perto" acho pouco provável que alguém tenha a coragem de deixar uma carta sem resposta, principalmente se for de uma criança, por mais corrida que a vida possa ser. E ainda: acho que depois desse livro não perderemos mais a chance de dizer às pessoas que nos são importantes o quanto as amamos, sempre que houver uma oportunidade.

O livro de Jonathan Safran Foer ganhou em 2012 uma nova tradução, agora para o cinema, com direção de Stephen Daldry e tem no elenco grandes nomes como Sandra Bullock e Tom Hanks. No Brasil o filme tem o título "Tão forte e tão perto", e também me emocionou bastante.

Jonathan Safran Foer. Extremamente alto e incrivelmente perto. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.


3 comentários:

mm amarelo disse...

Não sei se esse é o caso, Pipa, mas adoro livros narrados por crianças. Acho um desafio, mas que se bem feito, emociona e encanta muito. Gostei muito da premissa desse livro, que tinha posto em meu limbo mental (nem o filme vi).
Eu caço livro assim. Existe um, que gosto muito, chama "Mathilda Savith", lindo e doloroso.
beijo grande,
Maira

Pipa disse...

O Oskar é um dos personagens mais apaixonantes que eu já li, Maira. Concordo com você que as histórias narradas por personagens que são crianças encantam muito. Se você caça livro assim deve ler o Extremamente alto e incrivelmente perto. Deve ler também A Elegância do Ouriço, porque a Paloma também é incrível!
Vou procurar esse livro que você mencionou :)

beijo grande,
Pipa

A. F. disse...

Esse livro é maravilhoso. Já o li há muito tempo. Que bom recordar-me dele agora. Tenho de recomendá-lo mais aos meus amigos. :)