quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Coração disparado

Para encerrar o ano (será que amanhã eu vou querer escrever aqui? não sei...) vou citar Adélia Prado, que tem o coração disparado, feito os nossos, quase sempre cheios de esperança. E que para o desejo de nosso coração o mar continue sendo sempre só uma gota.

"Ser brasileiro me determina de modo emocionante

e isto, que posso chamar de destino, sem pecar,

descansa meu bem-querer.

Tudo junto é inteligível demais e eu não suporto.

valha-me noite que me cobre de sono.

O pensamento da morte não se acostuma comigo.

estremecerei de susto até dormir.

E no entanto é tudo tão pequeno.

Para o desejo do meu coração

o mar é uma gota."

Adélia Prado. O coração disparado. Record, 1978.

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